Por Ramalho de Construção
A mulher nordestina é frequentemente celebrada como um símbolo de coragem, determinação, força e resiliência. Sua trajetória é marcada por desafios históricos e sociais, que ela enfrenta com uma notável capacidade de superação.
A história do Nordeste brasileiro é repleta de dificuldades, desde a seca constante até às desigualdades econômicas e sociais. No entanto, as mulheres nordestinas sempre se destacaram por sua resiliência diante dessas adversidades e adaptação às condições adversas impostas pela seca e pela pobreza.
A força da mulher nordestina é evidenciada na literatura. Graciliano Ramos, em “Vidas Secas”, a personagem Sinhá Vitória representa a coragem e a determinação feminina ao lutar pela sobrevivência de sua família em um ambiente árido e hostil. Ramos descreve Sinhá Vitória como uma mulher que “sofria com a seca, mas não se deixava abater por ela”.
Além da força física e emocional, a mulher nordestina demonstra uma incrível capacidade de resiliência. Em estudos sobre a migração nordestina, observa-se que muitas mulheres assumem a liderança de suas famílias, migrando para outras regiões em busca de melhores condições de vida.
A coragem da mulher nordestina também é visível em seu papel na sociedade. Elas são frequentemente líderes em suas comunidades, lutando por direitos e melhores condições de vida.
Entre tantas mulheres corajosas e determinadas podemos citar:
– Maria da Penha, uma mulher nordestina cuja luta contra a violência doméstica resultou na criação da Lei Maria da Penha, é um exemplo notável dessa coragem.
– Nise da Silveira, psiquiatra alagoana (1905-1999), enxergou a riqueza de seres humanos que estavam à margem e se rebelou contra a psiquiatria que aplicava violentos choques para “ajustar” pessoas e propôs um tratamento humanizado, que usava a arte para reabilitar os pacientes.
– Irmã Dulce religiosa católica brasileira que dedicou a sua vida a ajudar os doentes, os mais pobres e necessitados e foi beatificada pelo Papa Bento XVI.
– Nísia Floresta, educadora, escritora e poetisa brasileira que aos 22 anos publicou seu primeiro livro “Direitos das mulheres e injustiça dos homens”, até seu falecimento em 1885, escreveria outras 14 obras, hoje prestigiadas mundialmente, defendendo os direitos das mulheres, dos indígenas e dos escravos. Nísia também participou ativamente das campanhas abolicionista e republicana.
A mulher nordestina é verdadeiramente um símbolo de coragem, determinação, força e resiliência. Sua capacidade de enfrentar e superar adversidades, de liderar e inspirar, e de lutar por um futuro melhor para si e para suas comunidades é um testemunho poderoso de sua indomável força de espírito.
Antonio Ramalho (Ramalho da Construção) é presidente licenciado do Sintracon (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil de São Paulo) e do CDN (Centro Democrático Nordestino).
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