Por que Trump quer controle da Groenlândia, Canal do Panamá e até do Canadá

Donald Trump não descarta uso de força militar ou econômica para expandir controle territorial dos EUA

Por Alys Davies e Mike Wendling — BBC News
8 de janeiro de 2025, 06h49 -03 | Atualizado há 3 horas

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, reafirmou sua ambição de controlar a Groenlândia, o Canal do Panamá e, surpreendentemente, até o Canadá. Durante coletiva de imprensa em sua propriedade em Mar-a-Lago, na Flórida, ele classificou esses territórios como cruciais para a “segurança econômica” americana.

Quando questionado sobre o uso de força militar ou econômica para alcançar esses objetivos, Trump declarou:

“Não, não posso garantir nada em relação a nenhum dos dois. Mas precisamos deles para a segurança econômica”.

Groenlândia: Riquezas e posição estratégica

A Groenlândia, território autônomo da Dinamarca, foi um dos principais focos da coletiva. A ilha possui enormes depósitos de minerais raros e é uma peça-chave na rota entre a América do Norte e a Europa. Além disso, abriga instalações militares americanas usadas para monitorar navios chineses e russos.

O filho do presidente eleito, Donald Trump Jr., realizou uma visita à Groenlândia, que foi descrita como “pessoal”. A primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, reforçou:

“A Groenlândia pertence aos groenlandeses. Não está à venda”.

Frederiksen também enfatizou a importância de cooperação entre Dinamarca e EUA no contexto da Otan, mas descartou qualquer possibilidade de transferência de soberania.

Canal do Panamá: Retomada de controle histórico

Trump também voltou sua atenção ao Canal do Panamá, que conecta os oceanos Atlântico e Pacífico. Ele alegou que o canal, operado pelo Panamá desde 1999, é “vital” para os Estados Unidos e sugeriu que a China exerce influência sobre a hidrovia.

O presidente panamenho, José Raúl Mulino, rejeitou as alegações, afirmando:

“Não há absolutamente nenhuma interferência chinesa no canal”.

No entanto, Trump insiste que a devolução do canal ao Panamá nos anos 1970 foi um “grande erro”, criticando a decisão do então presidente americano Jimmy Carter.

Anexação do Canadá: Fronteira artificial?

Em uma declaração polêmica, Trump chamou a fronteira entre os Estados Unidos e o Canadá de “linha artificialmente traçada”. Ele também criticou os gastos americanos com a proteção do país vizinho e as exportações canadenses, como madeira e laticínios.

“Eles deveriam ser um estado [americano]”, afirmou Trump.

O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, que recentemente renunciou ao cargo, respondeu de forma contundente:

“Não há a menor chance”.

Declarações controversas e teorias conspiratórias

Durante a coletiva, Trump também voltou a promover teorias conspiratórias, incluindo a falsa alegação de que o grupo militante Hezbollah esteve envolvido na invasão ao Capitólio em 2021.

Além disso, ele sugeriu renomear o Golfo do México para “Golfo da América” e criticou as turbinas eólicas, afirmando que elas “enlouquecem as baleias”.

As declarações de Trump destacam sua visão expansionista e geram tensões diplomáticas com aliados históricos, enquanto ele se prepara para assumir novamente a presidência dos Estados Unidos.

By Aconteceu SP

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